Determinismo tecnológico e o mito da neutralidade: reflexões sobre os desafios na economia solidária e na tecnologia social brasileira
DOI:
https://doi.org/10.7769/gesec.v12i2.1163Palavras-chave:
Técnica, Tecnologia, Determinismo Tecnológico, Economia Solidária, Tecnologia Social.Resumo
Neste ensaio refletiu-se sobre o desenvolvimento da técnica e da tecnologia, recorrendo às categorias do ʽdeterminismo tecnológicoʼ e da ʽneutralidade tecnológicaʼ. Analisou-se os principais desafios e efeitos práticos negativos para a efetivação da Economia Solidária e da Tecnologia Social, considerando um desenvolvimento tecnológico marcado pela supervalorização da heterogestão e das tecnologias convencionais. Verificou-se que no Brasil há um determinismo estatal burocrático, devido à passividade, especialmente do Estado, em institucionalizar legalmente a Economia Solidária e a Tecnologia Social. Posteriormente elaborou-se as seguintes propostas para potencializar essas formas organizacionais alternativas, (i) aprovação os Projetos de Lei em tramitação; (ii) transformação das políticas de Governos em políticas de Estado; (iii) paridade na repartição dos subsídios entre as Tecnologias Convencionais e as Tecnologias Sociais; (iv) divulgação das externalidades positivas produzidas pelos projetos de Economia Solidária e de Tecnologia Social; (v) inserção de acadêmicos nos Empreendimentos Econômicos SolidáriosDownloads
Referências
Adams, T. et al. (2011). Tecnologia Social e Economia Solidária: desafios educativos. Diálogo, 18, 13-35.
Baumgarten, M. (2002). Tecnologia. In: Cattani, A. (org.). Dicionário crítico sobre trabalho e tecnologia. Porto Alegre: UFRGS/Vozes.
Bazzo, W. A. (1998). Ciência, tecnologia e sociedade: e o contexto da educação tecnológica. Florianópolis: Editora da UFSC.
Benini, E. A. & Benini, E. G. (2010). As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária. Organização & Sociedade, 17(55), 605-619.
Benini, E. G. (2012). Política educacional e educação a distância: as contradições engendradas no âmbito do trabalho docente. Tese de doutorado. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2012.
Brasil. (2019). Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas (...). Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5764.htm. Acesso em 21 dez. 2019.
________. (2020). Lei 13.243 de 11 de Janeiro de 2016. Dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação (...). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13243.htm. Acesso em: 21 jul. 2020.
Braverman, H. (1974). Trabalho e capital monopolista: A degradação do trabalho no Século XX. Trad. Nathanael C. Caixeiro, 3ª ed. Rio de Janeiro: LTC Editora.
Câmara dos Deputados. (2020a). Projetos de leis e outras proposições. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=559138. Acesso em: 13 ago. 2020.
______. (2020b). Projetos de leis e outras proposições. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2018288. Acesso em: 13 ago. 2020.
Campos, F. L. S. (2004). Inovação, tecnologia e alguns aspectos da análise neo-schumpeteriana. Revista Eletrônica Administradores sem Fronteiras, 1(1), 1-27.
Costa, P. da. & Ronzani, C. (2019). Capacidade de inovação em negócios tradicionais e de impacto social. Revista de Gestão e Secretariado, 10(2), 222-245.
Cunca, P. C. (2009). Trabajo asociado y tecnología: reflexiones a partir del contexto y de la experiencia de las Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares en Brasil. Íconos: Revista de Ciencias Sociales, 33, 67-75.
Dagnino, R. (2009). Em direção a uma teoria crítica da tecnologia. In: Dagnino, R. (Org.) Tecnologia Social: ferramenta para construir uma outra sociedade. Campinas: IG/UNICAMP.
______. (2014). Tecnologia Social: contribuições conceituais e metodológicas. Campina Grande, PB: EDUEPB; Florianópolis, SC: Ed. Insular.
Dagnino, R., Brandão, F. C. & Novaes, H. T. (2004). Sobre o marco analítico-conceitual da tecnologia social. In: FBB. Tecnologia Social: uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: FBB.
Ellul, J. (1968). A técnica e o desafio do século. Tradução Roland Corbister. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Feenberg, A. (1992). Racionalização democrática: tecnología, poder y liberdad. Traducción de Alfredo Lucero-Montaño. Disponível em: https://www.academia.edu/9180300/Racionalizaci%C3%B3n_Democr%C3%A1tica_Tecnolog%C3%ADa_Poder_y_Libertad_Spanish_. Acesso em: 01 jun. 2020.
Fenoglio, V., Cejas, N. & Barrionuevo, L. (2012). Tecnología social: recuperando saberes, co-construyendo conocimientos. Astrolabio Nueva Época: Revista digital del Centro de Investigaciones y Estudios sobre Cultura y Sociedad, 8, 268-289.
Freitas, C. G. F. et al. (2013). Tecnologia social e a sustentabilidade. Evidências da relação. Interciencia, 38(3), 229-236.
Furtado, C. (1974). O Mito do Desenvolvimento Econômico. Rio de janeiro: Paz e Terra.
Gaiger, L. I. (2003). Empreendimentos Econômicos solidários. In: Cattani, A. D. (Org.). A Outra Economia. Porto alegre: Veraz.
______. (2004). Eficiencia sistémica. In: Cattini, A. D. (org.). La otra economía. Buenos Aires: Altamira.
______. (2015). A economia solidária na contramarcha da pobreza. Sociologia, Problemas e Práticas, 79, 43-63.
Habermas, J. (2015). La ciencia y la técnica como ideología. Editorial Tecnos: Madrid.
Heidegger, M. (2002). A questão da técnica. In: Ensaios e Conferências. Trad. Emmanuel Carneiro Leão e outros. Petrópolis: Vozes.
ITS (Instituto de Tecnologia Social). (2004). Reflexões sobre a construção do conceito de tecnologia social. In: De Paulo, A. et al. Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundação Banco do Brasil.
Jackson, T. (2013). Prosperidade sem crescimento: vida boa em um planeta finito. São Paulo: Planeta Sustentável; Ed. Abril.
Lima, M. T. & Dagnino, R. P. (2013). Economia solidária e tecnologia social: utopias concretas e convergentes. Otra Economía, 7(12), 3-13.
Marcuse, H. (1969). A ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro: Zahar.
Nascimento, D. T., Johann, J. A. & Basso, D. (2017). O grau de satisfação dos agricultores familiares em relação ao Programa de Aquisição de Alimentos. RPCA, 11(2), 82-107.
Novaes, H. T. (2010). O fetiche da tecnologia: a experiência das fábricas recuperadas. 2ª. ed. São Paulo: Expressão Popular.
Paes de Paula, A. P. (2013). Avanços e desafios tecnológicos nas organizações: uma abordagem crítico-construcionista. RIGS, 2(2), 137-158.
Pinheiro, D. C. & Paes de Paula, A. P. (2016). Autogestão e práticas organizacionais transformadoras: contribuições a partir de um caso empírico. Desenvolvimento em Questão, 14(33), 233-266.
Pinto, A. V. (2013). O Conceito de Tecnologia. São Paulo: Contraponto.
Pursell, C. (1994). White Heat: People and Technology. London: BBC Books.
Rodrigues, I. & Barbieri, J. C. (2008). A emergência da tecnologia social: revisitando o movimento da tecnologia apropriada como estratégia de desenvolvimento sustentável. Revista de Administração Pública, 42(6), 1069-1094.
Santos, T. (1986). Forças produtivas e relações de produção: ensaio introdutório. 2ª. ed. Petrópolis: Vozes.
Schumpeter, J. (1988). A. A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova Cultural.
Silva, A. R. P. E, Barbosa, M. J. De S. & Albuquerque, F. Dos S. (2013). Sustentabilidade de empreendimentos econômicos solidários: análise da Cooperativa dos Fruticultores de Abaetetuba. Revista de Administração Pública, 47(5), 1189-1211.
Singer, P. (2002). Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.
Smith, A., Fressoli, M. & Thomas, H. (2014). Grassroots innovation movements: challenges and contributions. Journal of Cleaner Production, 63, 114-124.
Sousa, A. C. G. & Oliveira, J. C. (2011). A evolução da Técnica, da Tecnologia e do ser humano. In: Scientiarum Historia IV, 2011, Rio de Janeiro. Anais do Congresso Scientiarum Historia IV. Rio de Janeiro: UFRJ, 1, 131-138.
Souza, C. (2006). Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, 8(16), 20-45.
Valadão, J. A. D., Andrade, J. A. & Neto, J. R. C. (2014). Abordagens sociotécnicas e os estudos em tecnologia social. Revista PRETEXTO, 15(1), 44-61.
Vinck, D. (2012). Pensar la técnica. Universitas Philosophica, 58(29), 17-37.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
• 1. The author(s) authorize the publication of the article in the journal.
• 2. The author(s) ensure that the contribution is original and unpublished and is not being evaluated in other journal(s).
• 3. The journal is not responsible for the opinions, ideas and concepts expressed in the texts because they are the sole responsibility of the author(s).
• 4. The publishers reserve the right to make adjustments and textual adaptation to the norms of APA.
• 5. Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
• 6. Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access) at http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html