Assédio moral sutil em uma organização pública do poder legislativo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7769/gesec.v11i3.1091

Palavras-chave:

Assédio Moral, Assédio Sexual, Organização Pública, Violência interpessoal

Resumo

O objetivo neste artigo foi compreender a percepção de práticas de assédio moral e identificar as práticas que favorecem a ocorrência e o combate ao assédio moral na percepção dos trabalhadores de uma organização pública do Poder Legislativo. Amplia-se, assim, o estudo para além de universidades e órgãos do Poder Judiciário, que têm sido as organizações mais recorrentes nas análises. Os dados primários foram coletados mediante um questionário enviado via e-mail e analisados por meio da análise de conteúdo. Como principais achados de pesquisa, tem-se que os trabalhadores não reconhecem a característica de reiteração no conceito de assédio, o que nos faz reconhecer o conceito de violência interpessoal, e que um grande desafio refere-se à dificuldade de se comprovar situações de boicotes e silenciamentos, isto é, de assédio moral sutil. Concluímos que práticas violentas muitas vezes estão em um espectro de maior discricionariedade do gestor. Quanto maior esta, maior a dificuldade de comprovação do assédio moral que ocorre de forma sutil.

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Biografia do Autor

Paula Fernandes Furbino Bretas, Instituto Federal de Brasília (IFB)

Mestra em Administração pela UFMG. Professora no Instituto Federal de Brasília. Experiência em diferentes organizações públicas e tem interesse de pesquisa nas áreas de Estudos Organizacionais, Administração Pública e Comunicação com os seguintes temas: relações de poder, políticas públicas de gênero, eventos e gênero, assédio moral e sexual, análise fílmica, análise em redes sociais, netnografia e análise crítica do discurso.

 

Henrique Luiz Caproni Neto, Universidade Federal de Juiz de Fora

Mestre em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais. Experiência na área de Administração com ênfase em Estudos Organizacionais & Sociedade, principalmente com as temáticas de gênero, violência, relações de trabalho e relações de poder.

Marcos Júnior Moura-Paula, Instituto Federal de Brasília (IFB)

Professor de Gestão no Instituto Federal de Brasília. Mestre em Administração pela UFMG. Interesses de pesquisas relacionados a estudos críticos da gestão, comportamento organizacional e administração pública.

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Publicado

2020-12-11

Como Citar

Bretas, P. F. F., Caproni Neto, H. L., & Moura-Paula, M. J. (2020). Assédio moral sutil em uma organização pública do poder legislativo. Revista De Gestão E Secretariado, 11(3), 1–26. https://doi.org/10.7769/gesec.v11i3.1091